quarta-feira, 13 de março de 2019

Originalidade – o calo e a glória

Lá estava eu, queimando os dois únicos neurônios que as drogas ainda não queimaram (briks), pensando no que postar no blog na volta aos trabalhos pós carnaval, e um colega de trabalho me faz uma pergunta corriqueira: “Vocês contam as piadas de quem tanto?” Com certeza se você é comediante stand up já ouviu algo do tipo, como se você contasse piadas de outras pessoas, ou algo como “e é você que escreve!?

É de doer a pélvis o tanto que você se esforça para criar coisas novas, testar piadas que acabam não funcionando, ficar triste, levantar a cabeça, tentar de novo, até achar algo bom o suficiente para montar aquele set forte, para vir alguém e nem cogitar a possibilidade daquele texto ser seu, ou então, não se interessar por ser algo, digamos assim, diferente demais. Mas tem o outro lado, pois o público quer rir, e não se importa da autoria da piada (óbvio, generalizando). E tem mais, nem é obrigação do público.

O público que consome stand up constantemente tem a consciência da originalidade, e mesmo eles nem sempre estão à procura de um texto original, estão em busca de diversão, de dar risadas, nem que seja de piadas de corintianos ladrões e são paulinos afeminados. Mas vale reforçar a importância de fazer teu texto 100% original, e sempre abordando temas novos, como português burro (segura essa tendência).

Então o que nos resta é ter paciência, e continuar imprimindo a verdade de nossos textos no palco que o reconhecimento virá, cedo ou tarde, nem que seja numa matéria trágica de um jornal local da morte prematura de um comediante.

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