Lá estava eu, queimando os dois
únicos neurônios que as drogas ainda não queimaram (briks), pensando no que
postar no blog na volta aos trabalhos pós carnaval, e um colega de trabalho me
faz uma pergunta corriqueira: “Vocês
contam as piadas de quem tanto?” Com certeza se você é comediante stand up
já ouviu algo do tipo, como se você contasse piadas de outras pessoas, ou algo
como “e é você que escreve!?”
É de doer a pélvis o tanto que você
se esforça para criar coisas novas, testar piadas que acabam não funcionando, ficar
triste, levantar a cabeça, tentar de novo, até achar algo bom o suficiente para
montar aquele set forte, para vir alguém e nem cogitar a possibilidade daquele
texto ser seu, ou então, não se interessar por ser algo, digamos assim,
diferente demais. Mas tem o outro lado, pois o público quer rir, e não se
importa da autoria da piada (óbvio, generalizando). E tem mais, nem é obrigação
do público.
O público que consome stand up
constantemente tem a consciência da originalidade, e mesmo eles nem sempre
estão à procura de um texto original, estão em busca de diversão, de dar
risadas, nem que seja de piadas de corintianos ladrões e são paulinos
afeminados. Mas vale reforçar a importância de fazer teu texto 100% original, e
sempre abordando temas novos, como português burro (segura essa tendência).
Então o que nos resta é ter paciência,
e continuar imprimindo a verdade de nossos textos no palco que o reconhecimento
virá, cedo ou tarde, nem que seja numa matéria trágica de um jornal local da
morte prematura de um comediante.

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