O dia em que vi retorno dos meus impostos
Um recado importante logo de cara: essa é a segunda parte do post, se você ainda não viu a primeira parte confere lá e volta pra cá depois.
Já dizia o Golias da Praça é Nossa
que “mijar é uma arte”, e você só entende isso quando tá apertado em público e
não sabe se vai, se fica, se corre, se chora ou se grita, mas a hora do alívio
vale a pena cada segundo que o desespero fez você imaginar que todo mundo ao
seu redor teria percebido que você queria ir ao banheiro, o que te faz ficar
cheio de vergonha, mas essa vergonha se esvazia ao mesmo tempo que sua bexiga,
mesmo que assim como eu você esteja mijando num lugar desabitado, no meio da
noite, bêbado, mijado e completamente só. Acontece com todo mundo.
Aliviado e até mais leve, olhei pra
frente, estufei o peito e comecei a correr. Pra mim estava tudo bem, mas o universo de vez em quando não entende como normal que de meia noite e meia em uma pista inabitada apareça um negro correndo.- Qual foi aí boy? – Falou o
policial no carro, me mostrando gentilmente uma pistola como uma simbologia de paz.
Parei de correr, olhei olho no olho
com o cano da pistola para o policial, e abusei do bom senso quando fui
me explicar.
- Então sr. policial, boa noite,
meu nome é Mykael Sales e eu sou comediante, acabei de fazer um show e acabei
exagerando na cerveja, não vou mentir que eu estou todo mijado e pra não acabar
sujando o ônibus de mijo decidi descer aqui, porque catinga de mijo e consultor da Hinode ninguém merece. – Eles riram, naquele momento percebi que conquistei
a simpatia deles, e apliquei o golpe. – Então senhores, também percebi que
vocês estavam indo naquela direção que por ventura também é pra onde estou indo...
podem me dar uma carona?
- Só se for na mala pra não sujar o
banco de trás.
- Não tem problema senhor, vou na
hora. – Vai me dizer que tu iria preferir correr 5km de quase uma hora da
madrugada, bêbado, sozinho e mijado? Vem com essa não, eu consegui uma carona
que ao mesmo tempo era escolta armada, e nunca me senti um contribuinte tão
satisfeito. Era meu avião da FAB em forma de Sandero.
Enquanto tudo isso acontecia minha
esposa e minha irmã, que também tinham ido, estavam dormindo no ônibus e não me
viram descendo, e já imagina o que elas pensaram quando não me viram hahahah
Quando me ligaram eu falei “fique tranquila, tô na mala de um camburão da PM,
tá tudo em ordem”, e sobre isso a gente pode conversar em outro momento.
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